Porque temos febre?

Porque temos febre?

A febre resulta da inflamação/infecção que levam a um aumento de pirogéneos (geradores de temperatura) endógenos, como as citocinas, que vão actuar ao nível do hipotálamo, provocando elevação da temperatura do organismo. É também a este aqui que actuam os anti-piréticos (Aspirina, ibuprofeno, paracetamol, etc), promovendo a degradação ou a inactivação destas moléculas.

Várias substâncias podem levar à activação dos pirogéneos, tais como bactérias, vírus e proteínas bacterianas. Por isso, é sobretudo durante a infecção que surge a febre (apesar de também pode surgir perante a inflamação).

A Importância da Febre

A febre está presente no reino animal há milhões de anos e é uma resposta preservada, que persistiu ao longo da evolução humana. A maioria dos pais acha que a febre é um sinal assustador e ficam extremamente preocupados. No entanto, a febre, quando cursa com infecção, em crianças previamente saudáveis, tem efeitos benéficos:

  • Inibe a multiplicação das bactérias;
  • Reduz a sobrevivência dos microorganismos;
  • Estimula a resposta imunológica.

Onde medir a temperatura?

Timpânica ou rectal? O que é importante é medir a temperatura bem. A temperatura timpânica é idêntica à rectal e é mais confortável de medir. Mas é preciso ter atenção para que se meça a temperatura interna e não a do canal auditivo. A técnica é importante. Por isso é que a temperatura rectal, quando existiam os termómetros de mercúrio, era bastante fidedigna. A febre é definida por uma temperatura rectal/auricular acima dos 38,3ºC e axilar acima dos 38ºC. Termómetros como as fitas ou as chuchas não estão estandardizados nem aprovados.

Quando nos devemos preocupar?

A febre pode corresponder a uma situação grave, mas há que fazer o balanço entre o significado de uma criança com febre que faz a sua vida normal ou a febre num lactente, por exemplo.

Em qualquer idade, a criança deve ser vista pelo médico se:

  • Idade inferior a três meses;
  • Febre acima dos 40ºC que não cede após medicamentos;
  •  Mais de 3 dias de evolução (infecção viral dura entre 3 e 5 dias);
  • “Ar doente” (em inglês é definido como “ar séptico”), que pode significar infecção, traduzido por prostração/ irritabilidade (Nota: irritabilidade é diferente de rabugice). As crianças reagem de forma diferente à observação médica, há a que chora sem forma de ser consolada, a que está prostrada, letárgica, não brinca, não sorri, não reage à manipulação médica (sinal de alarme);
  • Sinais de alarme, como a dificuldade respiratória, alterações na pele (a pele é um dado bastante importante em pediatria), hemorragias.

 

Tratamento da febre

 O objectivo tem passar sempre por descobrir a causa da febre e tratá-la. Para além disto, é importante manter a criança confortável e hidratá-la (para compensar as perdas por suor). Podemos recorrer a um banho de água tépida, as crianças ficam mais confortáveis.

Relativamente ao tratamento farmacológico, recorrer aos Anti-Inflamatórios Não Esteróides, tais como o Paracetamol (Ben-U-Ron) ou Ibuprofeno (Brufen).

 

Advertência: Antes de iniciar algum tratamento, contactar sempre o Pediatra ou o Médico de Medicina Geral e Familiar. Este texto é meramente informativo, não dispensa qualquer contacto com um profissional de saúde. Consultas fidedignas pela internet, por enquanto, só nos filmes.

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